domingo, 18 de abril de 2021

Frans Krajcberg

 




No início da década de 80 soube da existência de Frans Krajcberg através de uma reportagem na revista Planeta. Insatisfeita com as exigências da vida urbana, de um trabalho em tempo integral, de tanta superficialidade humana, de tanta destruição e irresponsabilidade ambiental, procurava por aquilo que meus pulmões almejavam: ar puro, contato com a Natureza, vida simples.

Pesquisei algumas alternativas, como as comunidades que se formavam em tants espaços, como a Chapada dos Veadeiros (MT), por exemplo.

Lendo a revista do mês, lá estava ele: morava em uma casa no meio da floresta, no alto, sozinho, fazendo suas esculturas e mostrando ao mundo, através delas, toda a violência de que o homem é capaz de perpetrar, tanto aos seus semelhantes, quanto ao meio ambiente.

A devastação, a destruição, a morte, a extinção, em todos os seus viéses, ali estava.

Via o que apenas alguns poucos, naquela época, viam. Como nosso Lutzemberg, aqui no RS.

Frans era polonês, nascido em 1921, único sobrevivente de toda a sua família, dizimada na Guerra. Chegou ao Brasil em 1949 e se instalou na Bahia. Artista plástico de primeira grandeza, utilizava galhos e troncos de árvores mortas para tentar levar mais consciência a um mundo atordoado, insensível, caótico.

Viveu ali, em meio à floresta, entre idas e vindas ao exterior, para suas exposições e entrevistas.

 Escreveu a sua história com louvor neste planeta. 

À época, dizia-se atormentado pelas cruéis lembranças, que, por vezes, acordava gritando à noite,  com pesadelos e encontrava sossego para sua alma trabalhando em suas esculturas.

Ontem, 17.abril, faria 100 anos, caso estivesse ainda por aqui.

Ficou seu legado. Imorredouro.

Continuo sua fã. 

Gratidão!

Nunca foi tão importante que mais vozes conscientes gritem em favor do Respeito e Preservação do Planeta!

500 mil espécies animais e 500 mil espécies vegetais estão sumindo a cada ano!

Novas epidemias surgem e continuarão surgindo!

Como não ver que estamos nos autodestruindo, enquanto insistimos em olhar apenas para nossos umbigos?


 Imagem do topo: Os olhos de quem pensa que vê - Marise Jalowitzki - Uma de minhas telas, pintadas na década de 80 (Foto Arquivo Pessoal)





Marise Jalowitzki é mãe, avó, sogra, irmã, tia, filha, neta, amiga, cidadã.Também é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas.Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano. Querendo, veja aqui



Conheça as obras: 

Artista plástico radicado no Brasil, Frans Krajcberg mostrou com suas obras que ainda existiam motivos para gritar em nome da natureza

https://www.ecycle.com.br/3956-frans-krajcberg



Homenagem nesta segunda:

Homenagem aos 100 anos de Frans Krajcberg ocorre nesta segunda

https://atarde.uol.com.br/cultura/noticias/2164304-homenagem-aos-100-anos-de-frans-krajcberg-ocorre-nesta-segunda